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segunda-feira, 16 de julho de 2007

Que saudades do futuro!


Imaginations and Objects of the Future - Salvador Dalí
Em cem anos estaremos todos nos locomovendo em trens para longas distâncias. Esse era o postulado da década de 40 do século XIX. Mas, poderia ser aplicado hoje, pois quem duvida que o aquecimento global – desenfreado de agora – não irá desencadear mudanças nos nossos costumes a partir de 2010?

Não existirão mais carros, usar-se-á um Maglev - o trem-bala japonês – teremos a nosso dispor esteiras rolantes tal como as de Las Vegas, do Metrô de Copacabana, ou como as do desenho animado Jetsons. Aliás, Joseph Barbera, falecido recentemente, sem dúvida foi futurologista, previu, junto com Alvin Toffler, Isaac Asimov, Stanley Kubrick, Júlio Verne, entre tantos outros, muitas nuances da vida várias décadas antes. Sua arte de antever cenários do futuro está muito além do que qualquer um podia imaginar quando do lançamento da animação em 1962. Sem dúvida, bastante gente deve se lembrar das teleconferências entre o George Jetson e seu chefe, o sr. Spacely? E do microondas? O cruel é lembrar que não apareciam árvores, terras ou mares em nenhum dos 24 episódios da série finalizada em 63. Será tão implacável assim o destino da humanidade?

Lá pelos idos de 1840 a Inglaterra já possuía um imenso emaranhado de linhas férreas, já eram 4500 quilômetros. E o Brasil ainda engatinhava com míseros 14,5 km, 14 anos depois. E esse pouco se iniciou por conta de um utopista, o então Visconde de Mauá, idealizador da primeira estrada de ferro, construída em 1854 que ligava o porto a Fragoso – serra de Petrópolis. E só muito depois, então veio a tão festejada Madeira-Mamoré. Quem dera não se tivesse seguido esta trilha, mas perdeu-se o “trem” da história. Linhas difusas, bitolas diversas e falta de vontade política engataram de vez um futuro sombrio para os transportes de massa e de produtos.

O curioso nisso tudo é que as previsões, outrora otimistas, quanto ao que aconteceria décadas mais tarde ia por um caminho bem mais modesto, mas menos assombroso. Hoje, o que se vê é que uma evolução mais controlada e menos avançada poderia trazer muito mais benefícios do que as que temos atualmente. E melhor sem efeitos colaterais. Ou alguém ainda duvida que as catástrofes naturais não sejam reações a um crescimento desmedido e sem planejamento. E a AIDS, não seria ela fruto de experiências em engenharia genética ou assemelhadas? Qual é ou será o efeito colateral da Internet? E dos transgênicos? Estará o homem se perdendo em meio a sua ganância? Culpa do capitalismo desenfreado? Da globalização? Sabe-se sim que aquele futuro dos livros de Júlio Verne, era muito mais romântico, atrasado, mas com certeza seria melhor para a humanidade.

Que saudades do futuro! Do futuro que se imaginava na década de 80.

Nostalgia do que ainda poderia vir.

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