Lá vai ela caminhando para o Cícero. Saias pregueadas, rosto angelical e longas madeixas. Carrega consigo uma bolsa e a esperança de amores verdadeiros. Rosas bochechas e olhos agateados.
Lá vai ela. Trago minhas esperanças de um dia tê-la. Adentra pela entrada principal de forma frugal. Troca olhares charmosos. Sonhos em seus pensamentos.
Lá está ela, sentadinha e comportada nas primeiras cadeiras da classe. Atenta às aulas e aos garotos. Não percebe meu avistar, minha cobiça. Vejo-a lá detrás. Pouco distingo a não ser um pouco do perfil, estou enviesado.
Hora do recreio, fito-a mais uma vez. Ela não percebe, está entretida com sua coleguinhas. Sorridente, penso no que seria bom abraçá-la. Passa por mim e minhas mãos correm pelos seus cabelos. Distraída olha para trás, mas não percebe quem transmite o desejo.
Voltemos às aulas, fico à porta admirando a beleza daquela menina tímida. Mais acanhado, no entanto, sou eu que desvio o olhar quando ela me passa nos olhos.
Finda as lições sou dos primeiros a sair, mas engana-se que fujo para casa, fico na murada fingindo despreocupação só para não ter que me embaraçar com o mirar daquela guria à saída. Agora contemplo seu corpo, suas curvas e sinto o carinho infinito que tenho por ela.
Buscapé
sexta-feira, 27 de julho de 2007
Tímido Amor
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