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sexta-feira, 14 de dezembro de 2007

Quando o amor surge

            Na floresta caminhava um ser. De asas, de olhar incrustado e de busca. Agressivo, se tornava um anjo diante das brisas. Parte homem, parte demo e ainda querubim se perdia por entre os arbustos, folhagens e raios de luar.

Endurecido pelas agruras da sua vida havia se transformado mais em raivoso do que paciente e terno. Contrariava assim tudo que lhe fora dado pelos pais e de como nascera. Tinha vindo ao mundo para amar, mas não compreendia isso. Afastava-se dos carinhos, do querer bem e do desejar. Seu tempo de Terra se afigurava como sendo contraditório, quanto mais se dava mais sofria. Isso desde o tempo em que um raio lhe atingiu, embaçando suas vistas. O trovão da praia ensurdeceu.

Se refugiou nas árvores, nas cavernas e lá ficou por mais de mil dias. Vivendo de cereais e água se conformou com o destino.

Num último suspiro buscou renascer. Voltou à beira-mar e lá avistou uma alma. De fortaleza aparente, o novo estranho se mantinha de teimoso.

Parecidos, de experiências espirituais e sofrimentos logo se encaixaram. Nos olhares e no toque. Sensíveis e embrutecidos, faziam do cansaço das tristezas a força do aparecer. Agora ali permaneciam ao som de suaves ventarolas a contemplar o mar. Querer e estar. Construir e amar.

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